Registaram-se 216 votantes em 258 inscritos, tendo a coligação recebido 207 votos, enquanto a lista da CDU se ficou por 10 votos, tantos como os votos em branco, tendo havido ainda um voto nulo.

O novo presidente eleito da Assembleia Metropolitana, João Evangelista Rocha de Almeida, comentou aos jornalistas que, nas eleições, "o que estava em causa não eram questões partidárias mas uma voz para exigir uma efectiva descentralização e regionalização, junto do Poder Central e do Poder Local".

Questionado pelos jornalistas sobre a sua posição quanto a um novo referendo sobre a regionalização, Rocha de Almeida(PSD) disse não ser a favor da sua realização porque voltaria a acordar divisões na sociedade portuguesa, defendendo que "é de aproveitar o modelo(das regiões-plano) com alguns ajustamentos".

Rocha de Almeida lamentou que a CDU se tenha apresentado com uma lista própria, ficando à margem da "lista de consenso" que encabeçou, apoiada pelo PS, PSD e CDS.

Segundo o presidente eleito da Assembleia Metropolitana, "todos os partidos foram abordados para dar um sentido de unidade" à eleição daquele órgão, incluindo a CDU.

"A CDU já nos habituou a ter as suas razões para estar de fora e acabar por perder a razão", comentou.

Leitura diferente fez António Regala, o único eleito pela CDU, que disse aos jornalistas considerar o resultado da lista "bastante positivo" e se propõe ser "a única voz diferente na Assembleia Metropolitana.

"Não estamos todos de acordo de um momento para o outro e é um direito que nos assiste participar nos organismos democráticos", declarou, justificando o facto da CDU não ter apoiado a existência de uma lista única.

António Regala afirma estar "muito céptico" em relação à Grande Área Metropolitana de Aveiro, que classificou como "uma trapalhada".

"Tememos que a eleição da Assembleia seja apenas para legalizar a situação da GAMA, que nem orçamento tinha aprovado", declarou aos jornalistas.

A GAMA prepara o ajustamento territorial em função das orientações para a utilização dos novos fundos comunitários, adaptando a sua estrutura associativa à NUT três do Baixo Vouga, o que vai implicar a entrada de Anadia e a saída de Oliveira de Azeméis e de Vale de Cambra.

Actualmente integra os Concelhos de Aveiro, Ílhavo, Vagos, Estarreja, Ovar, Murtosa, Águeda, Oliveira do Bairro, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, em cujas assembleias municipais decorreu sexta-feira a votação.